sábado, 27 de maio de 2017

A caminhada da consciência mítica para a consciência filosófica

                Inicialmente, na narrativa mítica não encontramos uma consciência pessoal autônoma. O que verificamos é uma consciência submetida à massa comunitária, homogênea. Uma consciência receptiva do senso comum. É uma consciência situada, extrínseca, desprovida de problematização.
            Mas esse momento primeiro e inicial responde a uma dimensão e a uma necessidade estrutural do ser humano, na medida em que lhe proporciona a segurança e a identificação comunitária. A partir dessa realidade, a narrativa mítica alimenta e cultiva a capacidade imaginativa do ser humano. E, alimentando a imaginação, o ser humano despertará para a abstração, para a inferência. Aqui se localiza a origem existencial da Filosofia. Essa dimensão, amadurecimento com base inicial na consciência mítica, será a responsável pela posterior percepção das contradições, presentes na narrativa mítica.

   A consciência filosófica nascerá em cada existência à medida da capacidade de ver, de admirar ou indignar-se.


            Essa consciência filosófica, percebendo contradições e limitações presentes no interior da narrativa mítica, foi reformulando-as e racionalizando-as, transformando-as numa explicação nova e diferente. Contudo, não falamos em ruptura, uma vez que suas raízes lá se encontram. Falamos em passagem para uma nova forma de abordagem e aproximação.
            Em suma, buscando traçar um paralelo entre mito e Filosofia, podemos afirmar, em primeiro lugar, que o mito, enquanto intuição compreensiva da realidade, narra as coisas como era num passado imemorial e longínquo. Em contrapartida, a Filosofia se volta aos fundamentos racionais de as coisas serem como são, na totalidade do tempo. Em segundo lugar, o mito primitivo narra a origem através de genealogias e rivalidades ou alianças entre forças divinas e personalizadas, enquanto a Filosofia explica a produção das realidades por elementos e causas naturais e impessoais. Em terceiro lugar, o mito traz a ausência da percepção das contradições, devido à fé e a à confiança depositada na figura do narrador. Em contrapartida, a Filosofia, deslocando a autoridade pessoal para a razão, busca uma explicação coerente, racionalmente bem fundamentada, evitando as contradições.

Texto extraído de MEIR, Celito. Filosofia: por uma inteligência da complexidade. Belo Horizonte: PAX Editora e Distribuidora, 2014, p. 47.


O mito contemporâneo

Cena do filme Super Man (1978) de Rcihard Donner

            [...] Devido à estrutura mítica do ser humano, o mito é uma realidade também contemporânea, apesar de vivermos em uma era dos “pós”, pós-industrial, pós-moderna, pós-cristão. O ser humano não é só razão, é também, em boa parcela, irracional, emotivo e passional. Assim, o mito faz parte do jeito humano de ser, de conhecer, de buscar e, portanto, sempre o acompanhará. Por isso, embora alguns possam considerar o mito como ilusão, mentira ou infância da humanidade, não devemos considerar o mito como uma infantilização, ou um saber menor e deturpado, uma vez que o ser humano é complexo de dimensões constitutivas em relação. 
         O contexto pós-moderno no qual vivemos é conhecido como cultura de imagem, do consumo, da provisoriedade. Os meios de comunicação são instrumentos, a partir das quais se criam e se alimentam desejos, que acabam sendo transformados em necessidades. Não só isso, a linguagem visual explora anseios primordiais que carregamos em nosso inconsciente.
          A atuação dos meios de comunicação de massa na fugacidade das imagens e na rapidez das mudanças sociais e culturais exalta múltiplos e fugazes personagens que povoam nosso imaginário de forma também transitória. Isso faz com que as características do mito contemporâneo sejam bem distintas das do mito primitivo.

          No mito contemporâneo, não encontramos a abrangência e a totalidade características da mitologia primitiva, que buscava visões de ordenamento de toda a realidade. Contrariamente ao mito antigo, no qual a adesão era coletiva e seu conteúdo era conhecido por todos de forma transparente, assistimos, agora, a uma adesão individual a um conteúdo latente, situado nos bastidores do pensamento e que se faz presente em novelas, filmes, contos, sendo ele o motivo justificador de nossas ações para nós mesmos, diante dos outros.

            Atualmente, os mitos se referem a campos particulares e fragmentados, sem necessária articulação entre eles, como, por exemplo, a sensualidade, a maternidade, o esporte, a ciência. Você certamente já ouviu falar da “eterna juventude”, ou mesmo a persegue, ou a beleza de determinada modelo ou atriz ou, ainda, a velocidade ou o caráter de determinado esportista idealizado e eternizado na memória.
            Uma vez existentes o afeto, a fé e a crença em uma totalidade, mesmo que restritos ao âmbito particular da matéria em questão, estamos diante de um mito. Dessa forma, por exemplo, a ciência pode se transformar em um mito, na medida em que se acredita que ela seja neutra, imparcial, fonte de certeza e verdade absoluta.


Texto extraído de MEIR, Celito. Filosofia: por uma inteligência da complexidade. Belo Horizonte: PAX Editora e Distribuidora, 2014, p.46.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Cultura e democracia - Marilena Chaui



Caros estudantes,

Segue aqui o link do texto a ser utilizado como base no nosso estudo sobre Cultura. Lembro que é importante que vocês façam o esforço de lê-lo, tanto para a prática da leitura e interpretação, quanto para fomentar um reflexão crítica acerca do tema.

O texto se chama "Cultura e democracia" e foi escrito pela filosofa Marilena Chaui (pesquise sobre ela!). O link do texto segue abaixo:

<http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/ar/libros/secret/CyE/cye3S2a.pdf>

Boa leitura!

segunda-feira, 4 de julho de 2016

DESAFIO - GRUPO 4

DESAFIO DE LÓGICA
GRUPO 4
1ª rodada – Argumento contra o homem
P1: A mãe do Pedro disse que não devemos fazer aos outros o que não queremos que façam com a gente.
P2: Mas a mãe do Pedro é muito chata.
C: Portanto, o que a mãe de Pedro disse não é verdade.

2ª rodada – Generalização apressada
P1: Meu ex-namorado não é confiável.
C: Nenhum homem é confiável.

3ª rodada – Apelo à galeria
P1 – A maioria das pessoas acha que assistir televisão ajuda a aumentar nossos conhecimentos.
C: Portanto, assistir televisão ajuda a aumentar nossos conhecimentos.

4ª rodada – Falsa causa
P1: Meu pai disse que ia fazer sol hoje.
C: Hoje fez sol porque meu pai disse que ia fazer sol.

5ª rodada – Argumento de autoridade
P1: O grande psicanalista Freud fumava.
C: Portanto, o fumo deve ser bom.


DESAFIO - GRUPO 3

DESAFIO DE LÓGICA
GRUPO 3
1ª rodada – Apelo a galeria
P1: A maior parte das pessoas compra a margarina F.
C: A margarina F é a melhor que tem no mercado.

2ª rodada – Argumento de autoridade
P1: O prefeito da nossa cidade disse que trocar o asfalto da avenida principal é necessário.
C: Portando, trocar o asfalto da avenida principal é mesmo necessário.

3ª rodada – Apelo à piedade
P1: Se você não me der esse emprego, minha família vai passar muitas necessidades.
C:  Logo, você tem que me dar esse emprego.

4ª rodada – Apelo à ignorância
P1: Até hoje, ninguém provou que teletransporte é possível.
C: Portanto, teletransporte não é possível.

5ª rodada – Argumento contra o homem
P1: Roberto disse que comer muitas frituras faz mal.
P2: Mas Roberto nem sabe ler.

C: Logo, comer muitas frituras não faz mal.

DESAFIO - GRUPO 2

DESAFIO DE LÓGICA
GRUPO 2
1ª rodada – Petição de princípio
P1: Só crianças podem brincar.
: Por que só crianças podem brincar?
P2: Porque adultos não podem brincar.
: E por que adultos não podem brincar?
P3: Por que só crianças podem brincar.

2ª rodada – Generalização apressada
P1: Correr faria mal a Priscila, que acaba de passar por um cirurgia cardíaca.
C: Logo, correr faz mal à saúde de todas as pessoas.

3ª rodada – Falsa causa
P1: Começou a chover assim que olhei pro céu.
C: Portanto, quando eu olho para o céu chove.

4ª rodada – Apelo à autoridade
P1: O presidente da França disse que investir em armas nucleares será bom para os franceses.
C: Portanto, investir em armas nucleares será bom para os franceses.

5ª rodada – Apelo à piedade
P1: Se eu não ganhar esse prêmio, minha namorada vai terminar comigo.
C: Portanto, você precisa me dar esse prêmio




DESAFIO - GRUPO 1

DESAFIO DE LÓGICA
GRUPO 1
1ª rodada – Argumento contra o homem
P1: Caio afirma que meu cliente cometeu um crime na noite de 30 de junho.
P2: Caio estava completamente bêbado na noite de 30 de junho.
C: Portanto, o testemunho de Caio sobre o que ocorreu na noite de 30 de junho não é digno de confiança.

2ª rodada – Argumento de autoridade
P1: Neymar afirma que o refrigerante R é ótimo.
C: Logo, o refrigerante R é ótimo.

3ª rodada – Apelo à galeria
P1 – A maioria das pessoas acha que comer muitos doces não faz mal para a saúde.
C: Portanto, comer muitos doces não faz mal para a saúde.

4ª rodada – Apelo à ignorância
P1: Ninguém provou que as ondas de wifi causam câncer no corpo humano.
C: Então, as ondas de wifi não causam câncer no corpo humano.

5ª rodada – Petição de princípio
P1: A: Érico Veríssimo é um escritor bem melhor que Jorge Amado.
: Por que você diz isso?
P2: As pessoas de bom gosto literário preferem Érico Veríssimo a Jorge Amado.
B: E o que é uma pessoa com bom gosto literário?
P3: Uma pessoa que prefere Érico Veríssimo a Jorge Amado.